segunda-feira, outubro 25, 2004

ENTREVISTA: CODECHRE

O IM deseja boa saúde à música portuguesa. Sacámos do estetoscópio e andámos por aí a tirar o pulso às músicas que por cá se fazem. Fomos ao encontro dos músicos, dos artistas, das groupies. Para o arranque desta rubrica, tivemos o grato prazer de entrevistar os Codechre.

Como surgiu o projecto Codechre?
Eu e o Zé Francisco estivemos numa banda hardcore, os Codec Santos. Quando entrámos na Faculdade de Arquitectura, começámos a ver a música de outra forma. Queremos expandir as nossas possibilidades, integrar outros conceitos, fazer algo de novo. É isso que define Codechre.

Vocês quando estão em palco, estão a jogar CM4 nos laptops, não é?
Nem sempre. Às vezes temos trabalhos da faculdade para entregar no dia seguinte e aproveitamos a altura para os fazer.

Então e projectos para o futuro?
Queremos fazer uma instalação inovadora. Vai ser na aldeia dos macacos. Levaremos um microfone Sennheiser MKH 800 ligado a um laptop que retarda e reverberiza o som ambiente, projectando-o depois no PA que estará instalado à volta de todo o recinto. Isto vai criar, perante a comunidade dos macacos aí residente, uma certa noção de aumento exponencial do número de indivíduos. Queremos provar que as multidões fazem a força apenas pelo som que emitem. Os macacos vão pensar que são aos milhões e vão sublevar-se (felizmente, teremos um corpo de polícia de choque especialmente destacado para o efeito). Esta ideia foi já experimentada nos nossos concertos. Quase ninguém aparece, mas quando aplicamos isto, parece que estamos a tocar para um estádio. É magnífico.