segunda-feira, outubro 25, 2004

SPRING HEEL JACK DESPEDEM MATTHEW SHIPP POR SMS...

A notícia caiu que nem uma bomba na comunidade melómana mundial. Exaustos das experiências esotéricas de Shipp, John Coxon e Ashley Waves (dupla que se iniciou na drum’n’bass e tocou numa banda filarmónica de uma pequena cidade da Cornualha antes de renovar a imagem do free-jazz para o século XXI) dispensam Shipp por mensagem escrita e iniciam contactos com Duke Elligton para renovar um repertório que, segundo a sua própria opinião, “havia estagnado num beco sem saída aparente”.
Duke, homem de poucas palavras, não confirmou o convite, respondendo apenas que, apesar do pouco tempo disponível e do ar pálido, se encontra bem de saúde, encantado com a proposta e disposto a colaborar em qualquer projecto com o qual se sinta minimamente identificado, desde que, e passamos a citar, "alguém deixe a porta aberta".
No entanto, o IM sabe, em primeira mão e rigoroso exclusivo, que as notícias do despedimento não correspondem inteiramente à verdade. Fonte não identificada, citada pelo irmão de Coxon, confirmou à nossa reportagem que o irmão da fonte apenas enviou algumas mensagens enganadoras sobre a hora e os locais de ensaio, despistando Shipp ao ponto de este ter sido visto em Osaka às 3 da manhã, perdido e nu, à procura, sem sucesso, de “uma tal Adega Monhé”.

...GRAVAM OPERETA...
Entretanto as boas notícias não acabam por aqui. Magoados com alegadas críticas que insinuavam a presença da mesma música em 4 discos diferentes – ao que a banda argumenta tratar-se somente de uma coincidência - os SHJ adoptam um novo passo na sua carreira rumo ao sucesso interplanetário, agora que a ideia de mudar de nome para Underground Heel Funk parece estar posta de parte.
“Jorge morreu e voltou a morrer (de emoção) depois de ressuscitar ao terceiro dia” surge dividida em três actos com 24 cenas cada, com uma duração aproximada de alguns minutos e 10 segundos por cena, sob um cenário impressionante e a colaboração nas vozes de mitos vivos como Nat King Cole, Mel Tormé, Sammy Davis Jr e Tom Waits. Apesar de algumas dúvidas não confirmadas, a temática é séria e culmina com um épico final de 20 segundos de feedback sob a declamação repetida da frase “Cristo, aliás Jorge, anda cá abaixo ver isto depressa.” Aparentemente sobre os problemas do alcoolismo no interior galês e a influência nefasta do preço do gasóleo agricola nas lutas fratricidas entre o bem e o mal, a opereta resume-se em 3 linhas: Cris...erm ... Jorge – numa das suas raras aparições em público e acompanhado pela sua nova namorada, Fátima qualquer coisa - desce à terra e foge de seguida para local incerto.
Seguindo os trâmites habituais do processo, a opereta irá ser posteriormente editada em cd lá por alturas do Natal. Confrontado pela reportagem do IM com o facto de um cd bem apertadinho apenas permitir 80 minutos de música e a opereta exceder em 2 minutos e meio esse tempo, Coxon respondeu, incapaz de esconder um certo mau humor até aqui desconhecido, que “isso já não é problema meu”.

...E ACTUAM NA INAUGURAÇÃO DE UM SUPERMERCADO EM CAMPO DE OURIQUE
"Hoje, às 22 horas. No sítio do costume. Avisem o Matthew." (citação de um fax enviado esta manhã à redacção do IM)